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Guilherme Coutinho - LP Guilherme Coutinho e a Curtição - 1969


Vamos ao norte, mais precisamente ao Pará...

Não! Não vou falar sobre o rapaz que "o problema é seu", mais antigo, só que também não é Pinduca (sobre quem já escrevi em uma postagem), Fafa? Não! Deixa eu seguir...

Guilherme Coutinho é o nome do dia, e creia! Não se trata de um artista de Carimbó ou Toada; me refiro a um super pianista que se foi jovem, Faleceu aos 41 anos (vitimado por um ataque cardíaco), mas nos deixou obras como está, instigantes e ao mesmo tempo algo que nem nos pensamentos mais longínquos se poderia imaginar existir; até o dia em que... se ouve.

Se trata de um trabalho que nem de longe remete aos gêneros tipicamente amazônicos, trata-se de uma "Jovem Guarda Fusion Easy Listening Samba Jazz Brega Classudo pacas"; eu explico:

Jovem Guarda - Musicas que tinham aquele ar aventureiro jovial, um pouco irresponsável (Sim!

Eu acho que a Jovem Guarda é um lance meio "James Dean versão musical), canções que já contavam comum andamento mais "Rock and Roll"...

Fusion - Umas convenções legais, umas harmonias interessantes demais (galera do ouvido musical, se liga nesse trabalho, que soa jazzístico e muito técníco. Realmente muito bom, só ouvindo para sacar)

Música de baile - Exitem algumas canções instrumentais que são altamente dançante, da para imaginar Fred Aistaire bailando em "Cinderela em Paris", com Audrey Hepburn; ao mesmo tempo que soa "Classudo" pacas (já defini mais uma)

Easy Listening - Há nesse álbum o que teria vez nas trilhas dos filmes mais clássicos que se possa imaginar (por isso algumas citações referentes ao cinema).

Incrível o que esse cara tocava. Assumo que na primeira vez que ouvi esse álbum, foi mais difícil de realmente entender, como consigo hoje.

Foi em uma fase em que comecei a frequentar a Lagoa Rodrigo de Freitas e curtir o Jazz que rolava por lá, começando a sair para ouvir umas sonoridades mais complexas, inusitadas...

E assumo que ouvi um dia (emprestado) e meio que deu um nó que com os anos foi desatando e hoje entendo a riqueza musical dessa obra

Voltando... Samba Jazz - Tem umas pegadas que lembram muito o som que Milton Banana andavam fazendo naqueles tempos.

Brega - Só um cadinho, quase nada; mas precisava ser sincero; até pelo fato de ser...

Classudo pacas eu já disse! Poucas canções passam um tema ou uma onda mais "divertida", que lembram canções de baile; mas ainda essas tem muita classe em especial na voz altamente agradável de Walter Bandeira (que tinha aquele "Q" de crooner, bem afinado, com um senso de métrica impecável, uma dicção perfeita, cantar potente; tanto que Walter seguiu parte da vida locutor, tão bela era voz do cidadão; que veio a falecer no ano de 2009, por conta de complicações, por conta de um câncer no esôfago.

O pianista acompanhando ainda por Tangerina (baixo) e Fernando (bateria), unidos ao vozeirão de Walter, impõe realmente esse clima altamente técnico mas que soa bem demais se escutado com os ouvidos abertos ao que soa por vezes como inusitado ou que se gera até mesmo uma risada ao primeiro momento, onde passados alguns minutos e é difícil não querer saber o que vem pela frente, pode ser uma peça belíssima de piano, uma coisa bem surf music sessentista, com uns arranjos vocais que lembram "The Beach Boys", depois rolar um Swing Jazz...

Escute e se permita viajar por atmosferas em que algumas vão grudar como chiclete e outras vão te fazer se sentir no "Beco das Garrafas" (berço da Bossa Nova no Rio de Janeiro); sei lá! Mil coisas!

O álbum em sua maioria tem suas composições focadas na dupla, mas também canções de outros artistas, como é o caso de Johnny Alf. Ouça a obra dessa galera boa do Pará que foram responsáveis por um álbum raro.

Uma "Curtição", assim como consta no título.

01. Curtição (Guilherme Coutinho / Walter Bandeira) 02. Me Ver Em Você (Guilherme Coutinho / Walter Bandeira) 03. Nem Ir (Guilherme Coutinho / Walter Bandeira) 04. Duas Contas (Garoto) 05. Sonho de Chegar (Guilherme Coutinho / Luis Otávio Barata) 06. Estuário (Guilherme Coutinho / Walter Bandeira) 07. Ué (Guilherme Coutinho / Walter Bandeira) 08. Cobrindo o Sol (Guilherme Coutinho / Walter Bandeira) 09. My Funny Valentine (Richard Rodgers / Lorenz Hart) 10. Estuário (Guilherme Coutinho / Walter Bandeira) 11. Ilusão à Toa (Johnny Alf)


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