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O Lado B do Rock Nacional

Esse artigo era para ter rolado no dia de Rock, mas por motivos de "falta de tempo maior", está rolando hoje, mas acho que ainda está valendo e é interessante saber que aqui no Brasil existe muito além do que se ouve nas rádios ou se vê por aí.

Rita Lee é tida como a "Rainha do Rock", quem sou eu para dizer o contrário, além de ser fã. Ter feito parte de Os Mutantes, ter tocado com a galera boa da Tutti-Fruti e toda a sua carreira solo, não deixam dúvidas do que tia Rita fez pelo gênero no Brasil, mas... Vamos voltar um pouco mais no tempo e falar de uma outra figura feminina importanttíssima dentro do nosso cenário.

Celly Campello é tida como a artista que introduziu o gênero na música nacional. "Estúpido Cupido", "Banho de Lua", "Broto Legal"; são alguns dos sucessos que a cantora gravou e assim começou a relação da música brasileira com o Rock, mas daí para frente muita coisa aconteceu...

Quando se fala em Rock no Brasil, normalmente se associa diretamente ao forte cenário da década de 80, que revelou grupos como Titãs, Paralamas do Sucesso e toda a galera de Brasília, mas antes dessa galera incendiar o público e consolidar o gênero em solo tupiniquim, teve uma galera que já no final da década de 60, já distorciam as guitarras e iam de encontro a toda a calmaria da Bossa Nova e do swingue do Samba.

Eu, particularmente, considero a Jovem Guarda um flerte com o Rock.

Roberto Carlos tem algumas canções como "Não serve pra mim" em que já se sente as "guitarradas" e distorções que são características do bom e velho Rock and Roll.

Falar em Rock no Brasil e não falar em Tropicália, chegaria a soar como heresia, afinal todo o empenho de Gilberto Gil, que já no Festival da Record do ano de 1967, defendeu a canção "Domingo no Parque", tendo como banda de apoio ninguém menos que Rita Lee e os irmãos Baptista, Os Mutantes;mesmo ano em Caetano Veloso defendeu no mesmo festival a canção "Alegria Alegria", tendo ao lado os roqueiros argentinos e cabeludos da banda Beat Boys; logo! Olha a Tropicália diretamente ligada ao Rock.

Um ano depois, Caetano voltaria a chocar os mais puristas amantes da música brasileira, ao subir novamente ao palco do Festival, dessa vez acompanhado também pelo grupo

Os Mutantes, com a canção "Proibído Proibir" e seu discurso inflamado, que lhe rendeu vaias e mais vaias; mas quem disse que Caetano ligou? Objetivo cumprido, chocar o povo mais careta e fazer muito barulho.

O genial álbum "Clube da Esquina", é outro trabalho que mostra grandes influências roqueiras, exemplo disso a faixa "Trem de Doido", com a guitarra super distorcida de Beto Guedes.

Lanny Gordin está para o Rock Brasileiro, assim como Jimi Hendrix está para a história do Rock mundial.
O icônico guitarrista (que gentilmente já cedeu uma entrevista para o site), emprestou seu talento para gravações de Gal Costa, Antonio Carlos e Jocafi, Caetano, Gil; dentre tantos outros nomes, sempre ditando a pegada roqueira com sua distorção pesada, suja e... Linda!

Houve ainda o fenômeno Novos Baianos, que capitaneados pelas guiitarras de Pepeu Gomes, conseguiram elevar o Rock a outro estágio, mesclando o gênero com o samba, choro... Fazendo aquela sonoridade que há gerações segue arrebatando fãs.

Rumando agora para o que o site se propõe a ter como meta, o "lado B", da nossa música. Já no início da década de 70, muita gente por aqui bebeu da água do Rock Progressivo e do Rock Psicoélico de grupos como Genesis, Yes, Pink Floyd, Jefferson Airplane, Cream e tantos outros. Algumas dessas bandas são "Casa das Máquinas", "Som Nosso de Cada Dia", "Som Imaginário" (todas se procurar aqui pelo site encontrará álbuns completos publicados), assim com a aclamada "O Terço", que em breve ganhará seu espaço em especial no site.

Segue abaixo alguns álbuns que o site sugere como uma espécie de "manual prático do roqueiro brasileiro", já que nem só do que vem de fora vive o Rock:

Ave Sangria - Ave Sangria - 1974

O grupo fez parte da galera boa que formou o cenário psicodélico pernambucano. Formado em 1969, mesmo após várias formações o grupo segue na ativa até os dias atuais.

O Peso - Em Busca do Tempo Perdido - 1974

A pegada do grupo, responsável por esse excelente álbum, tem fortes influências do Blues, fazendo um Hard Rock de respeito; contando com um vocal que em nada deixa a dever para os de grupos como Van Halen e cia.

A Bolha - Um Passo a Frente - 1973

O grupo passou por várias fases e formações, começando na Jovem Guarda, passando pelo peso do Hard Rock e pelo Rock Progressivo.

Teve em suas formações nomes como Arnaldo Brandão (Hanoi Hanoi), Gustavo Schroeter (A Cor do Som), Sérgio Herval (Roupa Nova); dentre outros.

Módulo 1000 - Não Fale Com Paredes  - 1970

Este álbum traduz em ondas sonoras a definição de psicodelia. Em breve ganhará uma postagem na íntegra, com link para dorwnload. Genial! Sem mais!

 

Serguei - Psicodélico (1966 - 1975)

Ele não podia faltar nessa lista! O nosso dinossauro do Rock, que tem nessa compilação de singles, um álbum que mais do que visual, mais do que ter tido uns lances com Janis Joplin; Serguei é psicodélico, Serguei é do rock, bebê!

Persona - Som - 1975

A capa estranha, instigante, bizarra e ultra criativa; caiu como uma luva a esse álbum de difícil entendimento.
O álbum é bom demais, pura lisergia! Em determinado momento passa a soar como algo que remete ao som que Santana fazia na década de 70.
Um mix de rock com afrobeat, com mais mil e uma coisas; resultante disso, um trabalho que só ouvindo para entender; ou não!

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