top of page

Moto Perpétuo - Moto Perpétuo - 1974


Este post tem um gosto especial! Puro fruto de mensagens que recebi de gente que gostou de uma canção que compartilhei hoje cedo na página do Facebook, do site, e despertou interesse de uma galera em conhecer e obter mais informação sobre esse excelente trabalho que poucos sequer sabiam da existência..

Guilherme Arantes teve, e segue na ativa, em uma carreira solo de sucesso, com grandes hits como "Meu Mundo e Nada Mais", tema da novela global "Anjo Mau", além de "Planeta Água, que tem uma história um tanto quanto curiosa.

Com esta canção, o artista participou do "Festival MPB - Shell Especial", patrocinado pela empresa holandesa do setor petrolífero.

Este festival, que visava um formato próximo dos grandiosos que aconteceram no final da década de 60, início da década de 70, contou com 59 canções e contou com a participação de até então nomes ainda pouco conhecidos da nossa música, como Arrigo Barnabé (artista do cenário paulistano), Gang 90 e Absurdetes (um dos grupos que deram início ao cenário do rock nacional oitentista), os gaúchos Kleiton e Kleidir, Almir Guineto (que com o samba "Mordomia" ficou em terceiro lugar) o já citado Guilherme Arantes (que defendeu a canção supracitada, ficando em segundo lugar) e a cantora e atriz Lucinha Lins, grande vencedora do festival, porém muito que contra a vontade do público, já que quando anunciada como a primeira colocada, recebeu a maior e mais duradoura vaia já registrada dentre todos os festivais, de grande expressão, ocorridos no Brasil (dizem que 10 minutos ininterruptos de vaias); já que o público indignado, gostaria de ver a canção de Guilherme Arantes como a grande vencedora da final que aconteceu no Maracanãzinho.

Bem! Daí para frente a carreira do cantor seguiu seu rumo, emplacando outros grandes sucessos e tendo seu nome aclamado pela mídia, mas vamos voltar no tempo, mais especificamente no ano de 1973, onde um ainda jovem Guilherme Arantes, cursava a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, onde conheceu Claudio Lucci e daí surgiu o embrião da banda Moto Perpétuo. A origem do nome se deu por conta de uma peça clássica composta pelo violinista italiano Niccolò Paganini (que foi uma das inspirações musicais de ninguém menos que Johannes Brahms).

Não demorou muito e a dupla convidou Diógenes Burani, velho amigo de Arantes, e em seguida Gerson Tatini e Egydio Conde; pronto! A trupe estava formada! No caminho do grupo surgiu o empresário que acabara de lançar o grupo Secos & Molhados, que era o maior sucesso na época e assim tudo começou.

No ano de 1974, surgiu a oportunidade de lançar pela gravadora Continental este álbum, que hoje apresento. Vale se atentar para as influências do Rock Progressivo que começa a despontar, em especial na Europa, por meio de grupos como Yes, King Crimson e Genesis (grupo do qual Guilherme Arantes é grande admirador e em uma ocasião chegou a dizer que ele sim devia estar lá, no lugar de Tony Banks que foi o tecladista/pianista/organista da banda britânica). O álbum é sensacional, mostrando o quão versátil é o músico brasileiro. Muito do que fazemos aqui, não é executado lá fora com a excelência e a ginga do músico brasileiro, mas nossos músicos conseguem reproduzir sonoridades próximas do que é feito lá fora, o que só prova o quão profícua é a música no Brasil e deve mais e mais ser valorizada.

Dentre os destaques do álbum, incluo a canção que abre os serviços "Mal o Sol", a belíssima "Três E Eu", onde Claudio Lucci da um espetáculo com um violão extremamente bem executado, em muito lembrando as peças clássicas típicas de Steve Howe (Violinista e guitarrista da banda Yes), que ainda conta com um solo de guitarra de extremo bom gosto, executado por Egydio Conde e que também sobra espaço para Guilherme Arantes mostrar todo o seu virtuosismo, coisa rara de se ver hoje, tendo em vista o tipo de som que passou a fazer na carreira solo.

As canções "Não Reclamo da Chuva" e "Os Jardins"; também merecem ser escutadas com carinho.

No ano de 1975, Guilherme Arantes saiu da banda para seguir em carreira solo, onde a banda encerrou as atividades. No ano de 1981, três dos membros originais da banda se reuniram, Cláudio Lucci, Gerson Tatini e Diógenes Burani; para gravar o álbum "São Quixote", onde a violinista e vocalista Monica Marsola, assumiu os vocais no lugar de Guilherme Arantes, que ainda assim também participou da gravação, como convidado especial, tocando moog e piano em cinco faixas do LP.

Vale ouvir o álbum e conhecer um Guilherme Arantes que se ainda existe, está muito bem escondido, pois na companhia dessa galera boa, a pegada era rock and roll e de primeira...

Faixas:

01 - Mal O Sol (Guilherme Arantes)

02 - Conto Contigo (Guilherme Arantes) 03 - Verde Vertente (Guilherme Arantes) 04 - Matinal (Guilherme Arantes) 05 - Três E Eu (Claudio Lucci) 06 - Não Reclamo Da Chuva (Guilherme Arantes) 07 - Duas (Guilherme Arantes) 08 - Sobe (Guilherme Arantes) 09 - Seguir Viagem (Claudio Lucci) 10 - Os Jardins (Guilherme Arantes) 11 - Turba (Guilherme Arantes)

Músicos:

Guilherme Arantes - Vocais e teclados

Egydio Conde - Guitarra solo e vocais Diogenes Burani - Percussão e vocais Gerson Tatini - Contrabaixo e vocais Cláudio Lucci - violões, violoncelo, guitarra e vocais

EndFragment

EndFragment


Featured Posts
Recent Posts
Archive
bottom of page