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Sérgio Sampaio - Eu quero é botar meu bloco na Rua - 1973


Sérgio Sampaio é conhecido por ter cantado em alto e bom tom "Eu quero é botar meu bloco na rua" e há quem o conheça apenas por essa canção; um pecado! Se este é o seu caso, simplesmente você "dormiu de touca", beirando assim à heresia musical. Sérgio foi bem mais do que isso, eis a prova nesse álbum que carrega como título seu, supracitado, maior sucesso. Houve uma geração de artistas, da qual sem dúvidas Sérgio fez parte, que de tão raros muita gente sequer ouviu falar sobre. Uma pena a galera daquele período não ter enxergado o grande artista que ele foi, mas justiça seja feita, pouco antes de sua morte, no ano de 1994; ganhou apreciadores e chegou sim a gozar, mesmo que por pouco tempo, do reconhecimento mais do que merecido. Sérgio não tinha a mínima preocupação em fazer algo comercial, já que o álbum soa de maneira extremamente intimista. Por horas sofrido, por horas rebelde, por horas poeta; e sempre muito original. Trata-se de um álbum em que ao ouvir, fica perceptível que ali estava a alma do artista e certamente o momento que vivia, suas dores, alegrias e angustias; clara influência de Augusto dos Anjos e sua maneira amarga, nua e crua de escrever e expor por vezes o pior de si, poeta do qual Sérgio era admirador assumido. Este foi o primeiro álbum solo da carreira do artista. Produzido por Raul Seixas, no que diz respeito a gêneros é um mar de variedades. Do rock ao choro, do blues à marcha-rancho; "N" foram as possibilidades sonoras exploradas em nome de tudo o que Sérgio tinha a dizer. Além dos violões de Sérgio e as guitarras de Renato Piau, as gravações contaram com as luxuosas participações de Wilson das Neves (bateria) e o super trio Azymuth. Destaque para a excelente "Leros, Leros e Boleros", que abre os serviços, além de claro a imortal canção que da nome ao álbum, além de outras pérolas. Sérgio Sampaio viveu tudo o que se possa imaginar. Saiu ainda jovem de sua cidade natal, trabalhou em rádio, usou e abusou da vida boemia, por muitas vezes fez do álcool seu refúgio, morou em lugares péssimos, passou períodos mendigando nas ruas, participou de festivais, viveu amores e desamores, ganhou dinheiro, transitou entre o luxo e o lixo; e para a nossa sorte, sempre tinha em mãos um violão, transformando tudo isso em canções. Tido como um dos "malditos da MPB, faleceu aos 47, vitimado por uma pancreatite, resultante de tudo o que quis viver, ou a vida lhe permitiu, tendo uma vida curta mas que rendeu a nós um profícuo legado. Não sei o motivo, mas vejo em Sérgio um pouco de Charles Bukowski, talvez em uma versão com a boca mais limpa, mas que a exemplo do poeta alemão, não tinha pudor em expressar por meio de suas letras, uma espécie de "Querido filho da puta diário"... Sérgio Sampaio era genial, ponto! Músicas:

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Lado A

1. Leros e lero e boleros (Sérgio Sampaio) 2. Filme de terror (Sérgio Sampaio) 3. Cala a boca Zebedeu (Raul Sampaio) 4. Pobre meu pai (Sérgio Sampaio) 5. Labirintos negros (Sérgio Sampaio) 6. Eu sou aquele que disse (Sérgio Sampaio) Lado B 7. Viajei de trem (Sérgio Sampaio) 8. Não tenha medo não (Rua Moreira 65) (Sérgio Sampaio) 9. Dona Maria de Lourdes (Sérgio Sampaio) 10. Odete (Sérgio Sampaio) 11. Eu quero é botar meu bloco na rua (Sérgio Sampaio) 12. Raulzito Seixas (Sérgio Sampaio) EndFragment


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