top of page

Som Nosso de Cada Dia - Snegs - 1974


O "Som Nosso de Cada Dia" é uma banda que realmente vestiu a camisa do "Rock Progressivo", no cenário nacional.

Com uma formação atípica, sem a presença constante de guitarras (assim como na banda britânica "Emerson Lake & Palmer") a sonoridade da banda ficava a cargo de Manito, Pedro Baldanza, o "Pedrão" e Pedrinho Batera.

O álbum "Snegs" não deixa nada a dever para os clássicos setentistas gravados lá fora, pelas bandas mais conceituadas do mesmo gênero. Se você curte Genesis, Yes, Rush, Gentle Giant; assim como outras bandas que fizeram história com sonoridades complexas, que levam a um alto grau de lisergia auditiva; precisa valorizar o que já foi produzido aqui e por conta disso deve colocar esse álbum na sua lista.

A primeira canção, "Sinal Da Paranóia", não podia ter um título melhor. Além de toda a onda que envolve o instrumental e parece transportar para uma viagem astral, a letra extremamente reflexiva, abordando questões relacionadas ao que se pensa, à procura da essência... Torna um ótimo cartão de visitas, mostrando o que a banda é capaz de oferecer.

As variações rítimicas e a qualidade técnica dos músicos, impressiona. Chega um momento em que o tema entra em uma vibe que leva qualquer indivíduo a ser abduzido do mundo real e se render à sonoridade. Ao final da música da para se perguntar:

- Onde eu estive nos últimos seis minutos????

Sonzeira total!

A segunda faixa "Bicho do Mato" começa com uma pegada bem "Deep Purple", mais Hard Rock,

mostrando que a banda conseguia passear com facilidade por mais de uma vertente do Rock.

Na parte final se pode notar o retorno à veia progressiva, com sintetizadores, orgãos; um baixo com um peso descomunal e uma bateria que não economiza nas viradas. Rolam umas dobras animais e isso mostra todo o poder da quimica sonora que esses três caras tinham.

Na minha opiniao, a faixa três "O Som Nosso de Cada Dia" que carrega o nome da banda, vem como ponto mais alto do álbum.

Loucura! Esta é a palavra que define o que se ouve! O tempo quebradíssimo, a inclusão de outros instrumentos, as variações de tempo...

Quando começa "A voz do Brasil", você ouve o tema "O Guarani" de Carlos Gomes, certo?

Eu mesmo respondo, certo! Agora imagine a clássica canção convertida em uma obra progressiva, com uma roupagem inusitada.... Tem também!

A canção começa com um clima altamente indígena, cantos de pássaros e aos poucos vai tomando formas geniais, com destaque para o que Manito faz, que deixa de ser música e vira mágica.

Som Nosso de Cada Dia é o tipo de banda que eu poderia falar (ou escrever) sobre, por horas e horas; mas isso seria uma interpretação minha e tal qual cada indivíduo tem uma digital, um RG; é certo que cada um que ouvir vai extrair algo das letras reflexivas, da musicalidade evoluída e receber uma mensagem pessoal e ultra codificada.

Não sei se foi essa a intenção, mas "Som Nosso de Cada Dia" não podia ser um nome mais propício, pois a cada vez que se ouve esse álbum, dependendo de como o ouvinte se encontra no momento, estado de humor, de espírito... Pode levar a uma longa e profícua reflexão sobre a vida, assim como pode levar a um desejo insandecido de romper com as barreiras e costumes que são impostos a cada dia e sentir vontade de quebrar tudo, juntar os cacos e refazer do zero.

Os caras são Rock Progressivo, são Hard, são Fusion... É o tipo de trabalho que não deixa dúvidas de que foi altamente intuitivo e fruto de três mentes muito inspiradas.

Faixas:

01 - Sinal Da Paranóia 02 - Bicho do Mato 03 - O Som Nosso de Cada Dia 04 - Snegs de Biufrais 05 - Massavilha 06 - Direccion de Aquarius 07 - A Outra Face 08 - O Guarani

Músicos

Manito: Órgão Sintetizador, violino, piano, flauta, sax e coro Pedrinho: Vocal e Bateria Pedrão: Baixo, viola e vocal


Featured Posts
Recent Posts
Archive
bottom of page