Arnaud Rodrigues - Som do Paulinho - 1976
- jonnnasci
- 26 de dez. de 2015
- 2 min de leitura

Quem tem mais de trinta anos, certamente lembra do sujeito magro, de cabeleira abundante e que a cada semana entrava no cenário do humorístico "A Praça é Nossa", carregando pelo braço um negrinho que atendia por Buiú e tinha como bordão:
- Bobeou a gente Pimba!
Indo além! Esse mesmo sujeito foi responsável por inúmeras parcerias, de sucesso, com o mestre Chico Anysio, chegando a lançar um álbum voltado para o humor, intitulado de "Baianos e os Novos Caetanos".
Sim! Arnaud Rodrigues teve uma carreira músical, séria, antes mesmo de voltar seu talento como ator, em especial, para o humor.
Publico esse álbum mais como uma curiosidade do que por conta da complexidade harmônica ou melódica, a intenção é apresentar a todos mais uma das facetas desse carismático artista, que acabou por ter uma morte trágica, em um desastre envolvendo uma embarcação, no ano de 2010.
O artista chegou a lançar até que uma grande quantidade de álbuns, mas acabou, musicalmente, mais conhecido pelos trabalhos lançados na década de 70, a exemplo do álbum aqui citado..
No que se diz respeito à sonoridades, podemos encontrar nesse álbum elementos de baião, funk, brega (ao melhor estilo Odair José), samba e até uma pegada rock and roll; muito por conta de uma guitarra altamente fuzz, encontrada em algumas canções.
Destaco a canção que da nome ao álbum, que conta com a voz de Arnaud, fazendo contrapontos redondos, com um coro, em uma canção com uma levada meio baião com guitarras distorcidas.
Outra canção legal é "O Dia que o Diabo Roubou o Bar do Português", que começa com um violão despretencioso, que do nada ganha uma levada samba funk que é puro swingue e metaleira.
A canção "Sete de Setenta e Oito" eu destaco por um simples motivo, tem como tema o futebol, que pelo visto se tratava de uma das paixões de Arnaud, tanto que chegou a exercer durante algum tempo, o papel de presidente do clube de futebol "Palmas Futebol e Regatas".
A música mais interessante do álbum é "Teté Das Lendas Rurais", com um arranjo interessante, um piano marcante, a guitarra bem presente, a bateria dialogando bem com os instrumentos de percussão e o coro que acompanha Arnaud em todas as canções.
Vale a experiencia de ouvir, mesmo que por curiosidade. Àqueles que eram fãs do artista atuando, terão a chance de conhecer mais essa peripécia do saudoso e multifacetado Arnaud Rodrigues.
Faixas:
A1 Som Do Paulinho 3:40
A2 Rock De Minas Gerais 3:35
A3 O Dia Que O Diabo Roubou O Bar Do Portugues 3:40
A4 Em Cima Daquele Morro3:49
A5 Sete De Setenta E Oito (Riva, Giva, Zico, Gêra) 3:15
B1 Indio Do Uruguay 2:57
B2 Teté Das Landas Rurais 3:13
B3 Mercado São José 3:05
B4 Negro Pescador 3:42
B5 Gaivota Humana 3:32
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