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Paulo Diniz - Quero Voltar Pra Bahia - 1970


Para quem ainda não teve o prazer de conhecer esse grande, e infelizmente por muitos esquecido, artista; Trata-se do pernambucano Paulo Diniz .

Dono de uma voz das mais atípicas, rouca; como se diz no popular "voz de garganta", mas que soa bem aos amantes da boa música.

O Primeiro detalhe importante sobre esse álbum, fica por conta da faixa que da título à obra. Trata-se de uma homenagem a Caetano Veloso, que vivia o período do exílio, em Londres durante os anos de chumbo. A canção se tornou um dos hinos e chegou a ser das mais tocadas no período.

O gênero musical adotado por Paulo Diniz é um tanto quanto eclético, não só nessa, mas em outras obras do artista, se pode ouvir desde canções conduzidas pelos violões de sete cordas (típicos dos grandes seresteiros), passando pelo samba; Mas me arrisco a dizer que se encaixaria melhor no que podemos chamar de "O BOM" brega setentista.

Este álbum abre com a canção" Piri piri", que tem uma pegada bem forte, uma linha de baixo marcante (como na maioria das canções do artista). Outro ponto forte é a letra que usa como parâmetro o local que da nome à canção, como um modelo do que deveria ser o mundo, tornando-se assim uma canção bastante crítica e que também cai como uma luva no conturbado período em que foi lançada.

A segunda canção, e talvez mais conhecida do álbum, tem como título "Um chopp pra distrair", que tem aquela fórmula "brega" que até hoje funciona, e bem!

Outra canção interessante é a versão feita para um clássico de Lupicínio Rodrigues, "Felicidade". A canção em um todo não apresenta grandes alterações no arranjo original, que conta com o refrão cantado pelo grupo vocal "Três Marias", onde ficava a cargo de Lupicínio as estrofes; quanto à versão de Paulo Diniz, existem mais vozes e umas jogadas onde em alguns determinados momentos, trechos diferentes da letra, são fundidos por conta da harmonia fácil e simples de ser trabalhada.,

Por último, cito a canção "Me leva" que dentre todas é a detentora de um arranjo mais bem trabalhado.

Repleta de pausas e variações tonais, Paulo é acompanhado de um coro (que não mantém aquele compromisso de se manter dentro de todo e qualquer conceito, formal de campo harmônico), sendo o que torna a canção interessante; justamente pela coragem de ousar.

O álbum é simples, não há nada que o faça uma virtuose no que diz respeito aos arranjos, mas acaba sendo a prova de que o simples também pode ser belo e bem produzido.

Faixas:

A1 - Piri Piri

A2 - Um Chope P'ra Distrair

A3 - Ninfa Mulata

A4 - Quero Voltar P'ra Bahia

A5 - Felicidade

B1 - Marginal III

B2 - Chutando Pedra

B3 - Chega

B4 - Canseira

B5 - Ponha Um Arco-Iris Na Sua Moringa

B6 - Me Leva

B7 - Sujeito Chato


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