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Dila – Podes Crer Bicho, Esta Mulata Canta “Paca” - 1971

jonnnasci
2 de mar. de 2015
2 min de leitura

Infelizmente, alguns artistas surgem e somem na velocidade da luz, mas com tempo o suficiente de deixar para os admiradores de boa música, registros musicais de muito bom gosto.

Pouco, para não dizer que nada, se sabe sobre essa "mulata", como era intitulada, inclusive em seu único álbum que é o citado nesta postagem.

Dila é uma das artistas que se tivesse tido tempo, certamente estaria ainda hoje figurando dentre os grandes nomes da nossa música.

O álbum, produzido por Durval Ferreira, ficou de sumo bom gosto, onde soa algo que transita entre Elis Regina, Clara Nunes e uma pitada de Elza Soares..

Com uma voz potente e marcante, destaco dentre todo o ótimo repertório, a faixa inicial de nome "Inês", que já dita um pouco do que vem pela frente. Outros pontos altos do álbum são as faixas "Madalena" (gravada no mesmo ano por Elis Regina), "Saberás" e "Qual é Bicho" (onde fica evidente a influência de Elis, no jeito solto e "debochado" de cantar)

A informação que se tem é de que por uma infelicidade do destino, Dila veio a falecer no mesmo ano do lançamento do álbum, vitimada por um acidente de automóvel; ficando apenas na memória dos poucos que a conheceram e hoje para quem tem a chance de ouvir essa perola...

Fica o texto que consta na contracapa do álbum:

"Amigo, sai da frente! Pois quando essa mulata começa a cantar é um perigo.

Te segura no corrimão pra não cair da escada, que ela vem aí fazendo balançar as estruturas. Dila, aquela que não vacila no som. Uma sambista de primeira, com grande domínio rítmico e vocal.

Assisti as gravações e senti a força contagiante com que envolve as suas interpretações, deixando impressa a sua personalidade em tudo o que canta. Conheci a pessoa, a figura humana simples, simpatico e comunicativa que ela é. E sei que desde Leni Andrade, estavamos esperando por alguem assim. E ela está aí agora, todinha pra você ouvir, prontinha pra deixar sua cuca cheia de “Grilos”, pois são todos eles, “Os Grilos” que estão ouriçando esta bolacha: a guitarra sensacional de Durval Ferreira, o piano espetacular de Sidney, o embalo de Romildo no contra-baixo, e a pauleira comendo solta lá atrás, com o Fernando na bateria e o Horácio no ritmo. Podes crer, bicho, tá tudo aí… e essa moça vai dar o que falar.”

(Arnaldo Medeiros)

Faixas:

01.Inez (Romildo)-00:00 02.Adeus Bomfim (Celinho e Arnaldo Medeiros)-02:33 03.Madalena (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza)-05:34 04.Fim de papo (Fred Falcão e Arnaldo Medeiros)-08:06 05.Saberás (Jorge Aragão e Gerardi)-11:46 06.O morro não tem vez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)-14:56 07.Como é que é bicho? (Romildo)-17:24 08.As paredes tem ouvido (J Canseira e Araken Peixoto)-19:28 09.Festa para um rei negro(Samba Enredo do Salgueiro/71) (Zuzuca)-22:32 10.Seleção de Mangueira-26:11 11.Perdoei (Valentim e Ozir Pimenta)-31:13 12.Refém da Solidão (Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro)-33:57